domingo, 7 de setembro de 2014

DESCOBERTAS


Por Adriana Pinho Gomes
Nada mais verdadeiro e legítimo dos que as descobertas que fazemos por nós mesmo, aquelas verdades que constatamos por meio de nossas experiências e vivências.
Todos nós temos a capacidade de inferir um conhecimento, um princípio, uma lei universal a partir da observação da realidade seja do que for, desde que nos mantenhamos com a mente aberta. O problema é a estagnação da percepção. Somos treinados para desconsiderar nossa percepção. 

A nossa educação estimula apenas a memorização e a repetição, não nos instigando a análise científica dos fatos. Sofremos um adestramento cognitivo que bloqueia nosso potencial criativo e aniquila nosso poder de discernimento. De um modo geral  somos levados a recalcar nossas percepções  para  “nos adequarmos”  ao senso comum.
 
Por outro lado, a inteligência somente se manifesta em sua totalidade quando existe autoconhecimento, ou seja, o entendimento profundo do processo individual da nossa subjetividade.
Descobri muito jovem ainda, graças a Deus, que ninguém faz nada por nossa causa, seja para o bem ou para o mal. 
Todos nós agimos para satisfazer necessidades próprias sejam elas provenientes de vaidade, narcisismo, medo, culpa, compaixão  etc..., tudo, no intuito de sermos reconhecidos e aceitos, e de preferência amados.
Só podemos agir por genuíno altruísmo quando atingimos um grau mais profundo  de consciência a respeito de como se dá o processo da vida e as relações humanas, compreendendo que somos todos um. Tudo o que faço ao outro, seja para o bem ou para o mal lança no universo uma energia que de algum modo, em algum momento ela volta para você (tudo é onda e não apenas partícula -  a física quântica já explica isso).
Percebo também que a comunicação entre os humanos é absolutamente precária. Outro dia ouvi uma frase muito interessante,  ”sou responsável pelo o que eu disse não pelo que o outro ouviu”.
Ou seja, tudo o que chega até nós,  passa pelo filtro do nosso conjunto de crenças e  valores, que será influenciado pelo nosso estado emocional.
Aquilo que nos foi dito ou o acontecimento em questão vai nos remeter a algo do nosso inconsciente.
Enfim, mais uma vez o maior ou menor grau de consciência, a respeito de nós mesmo, é que vai ajudar a entendermos a realidade de fato.
Projetamos no outro nossos sentimentos, nossas frustrações, nossa raiva. Enfim, toda a gama de questões inconscientes não elaboradas por nós.
Alguém que nos  lembra como nosso pai nos repreendia, como nossa mãe nos olhava com carinho, ou alguém que tem a aparência familiar, que nos lembra, por exemplo,  uma tia querida, também  nos leva à projeção.
O que significa que não enxergamos o problema em nós mesmos, mas colocamos no outro ou, ainda, idealizamos o outro.

Essa projeção leva o indivíduo a uma conduta delirante. Por isso, a precariedade das relações humanas.  (APG em setembro de 2014)