segunda-feira, 9 de abril de 2012


Filme “O preço da traição”
(Adriana Pinho Gomes)

Achei que a temática do filme foi apresentada de uma forma muito realista. O núcleo da trama é a crise de meia idade de uma mulher bem casada, com uma vida conjugal estável e bem estruturada. Ela médica e ele professor que lida diariamente com belas jovens. Incomodada com a forma do marido reagir às presenças femininas, sempre flertando e demonstrando fascínio pela beleza das mulheres que conhece, a esposa  resolve colocar à prova a fidelidade de seu marido. Contrata uma jovem prostituta muito bonita para tentar seduzi-lo.

O que mais me chamou a atenção foi o diálogo que o marido tem com a mulher quando ela confessa a ele o drama que estava vivendo de se sentir insegura por não ser mais jovem e bonita. Diz que se sentia invisível, já não sabia mais quem era.

Na opinião dela (esposa) o marido, pelo contrário, ficava  cada vez mais atraente e sedutor, e seu charme parecia só aumentar na direta proporção do avanço de sua idade cronológica.

Ela expõe com clareza a sua dor, por sinal muito boa a cena do diálogo dos dois. Ele então confessa que sempre admirou com fascínio a beleza feminina, usando a expressão “sou apaixonado pela beleza das mulheres”. Mas afirma que nunca tinha dormido com outra mulher, apenas “flertava”. Diz que teve muitas tentações mas que resistiu a todas. A esposa então grita “mas você teve vontade, desejo”, ele retruca: “sou humano, e voce nunca teve?” ela diz que nunca teve vontade de ficar com outro homem que senão ele. Este confronto é cruel, pois expõe a solidão que aquela mulher sentia diante daquele homem, o qual  amava.

Ele, por sua vez, se sentia incompreendido.

Este é um exemplo de solidão a dois, causado pelo distanciamento entre os amantes, que vai acontecendo aos poucos, ao longo dos anos de convivência.
 Por Adriana Pinho Gomes

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