quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CAMINHOS DO CORAÇÃO

Por Adriana Pinho Gomes (Em 2006)

Tenho pensado o que leva uma pessoa ser alegre e outra não. Será que já nascemos com essa ou aquela pré-disposição, será que as experiências que vivemos nos tornam mais alegres ou tristes, será que quem pensa muito fica propenso à tristeza ou o contrário quem pensa pouco e sente muito fica mais triste, enfim...
Mas ser uma pessoa alegre é diferente de estar alegre, quem é alegre, em qualquer situação mantém uma postura positiva, nem digo otimista, mas positiva, no sentido de sempre ir em frente, sabendo que existe uma luz no fim do túnel e que tudo é passageiro nessa vida e que no fundo, tudo tem uma razão de ser.
Agora existem pessoas exuberantes, histriônicas, meio folclóricas, que falam alto, riem alto, fazem brincadeiras, são extrovertidas. Geralmente somente essas pessoas são vistas como alegres, e normalmente são mesmo.
Mas existe aquela outra espécie de pessoa que não é tão exuberante assim, mas que tem uma alegria interior que nem sempre é manifestada de uma forma tão explícita. Mas isso não quer dizer que essa pessoa é triste, de forma alguma.
Penso que até o tipo de educação pode proporcionar mais ou menos condições da pessoa manifestar sua alegria interior.
Essa é a questão, todos nós temos um núcleo de alegria interior latente, só que tem gente que entra mais facilmente em contato com ele. Aí eu acho que são tantas variáveis que concorrem para que isso ocorra ou não. Como já dito, educação, situações vividas, grau de consciência das coisas, enfim, muitos aspectos e fatores colaboram para que nossa alegria interior vá ficando massacrada com o tempo, e em alguns casos até desapareça por completo.
Pense bem, as crianças são alegres naturalmente, e isso se dá porque elas ainda estão em permanente contato com esse núcleo de alegria interior.
Tem um pensamento que diz assim : "O inverno está em minha cabeça, mas a primavera vive em meu coração"
Acho que é muito por ai, quando nos distanciamos dos nossos sentimentos, do que realmente sentimos, quando nos distanciamos da nossa essência vai ficando muito difícil ser alegre.
Essa é a experiência que eu vivi, e percebi que fui ficando triste porque estava distanciando de mim mesma, das coisas em que realmente eu acredito. Mas eu sempre soube que sou alegre e que tenho essa alegria dentro de mim, mesmo que não seja manifestada de forma tão exuberante. Porque é da essência de todo ser humano ser alegre.
Precisamos é descobrir em quais armadilhas caímos ao longo da vida que nos distanciam da nossa genuína natureza.
E as pistas que nos conduzem a esse caminho rumo à nossa verdadeira essência são nossos sentimentos, o que sentimos lá no fundo e que fica tão camuflado pelas exigências da vida e que às vezes preferimos nem saber deles.
E aí começamos a afrontar nossa consciência, nossa alma, nosso coração para agradar o mundo. E é difícil lutar contra o coração, pois geralmente se paga com a alma. E é na alma que está nossa essência.
Aí vem tristeza, falta de alegria, doença e toda sorte de infortúnios.
Ouça seu coração, reconheça seus sentimentos, que podem ser sim avaliados pela razão, mas o que não pode é serem ignorados.
Estabeleça um equilíbrio entre os sentimentos e a razão. Decida a direção, a opção de vida com base no que pede seu coração, mas escolha os caminhos, as formas de alcançar seus objetivos com a cabeça, usando a razão.
Procure equilibrar razão e emoção, uma deve estar a serviço da outra, a razão serve para operacionalizar nossas emoções e sentimentos, nunca se deve negá-los. Também não vale “pensar o sentimento”, ele deve ser reconhecido em sua integralidade, sem qualquer censura, e não pode ser racionalizado, o que você vai fazer com ele é que deve ser pensado, Mas o sentimento deve ser apenas sentido e ele é sagrado.
A nossa trajetória de vida e escolhas, tudo é determinado pelo tipo de sentimento que temos, seja em relação nós mesmos, seja em relação ao mundo externo.
O que gera a ação é o coração, por isso são os sentimentos que dão rumo a nossa vida.
Portanto, precisamos descobrir os caminhos que nos levam a até nosso coração porque lá mora a nossa alegria.
A conexão com a nossa essência é que garante a permanência da alegria em nossa vida.
Por isso, trilhe os caminhos do seu coração e sorria.

Um comentário:

Cristal disse...

Eu adoro esse texto!!!